
Jesus, um rei que se identifica com os necessitados
O necessitado é alguém que precisa muito de gestos amorosos. Muitas pessoas precisam das outras porque lhes falta algum bem importante. Nem todas as pessoas nasceram em uma família rica de todos os valores econômicos, intelectuais, morais, espirituais e cristãos e por isso trazem dentro de si, uma espécie de carência. O número dos necessitados hoje é muito grande. Uns precisam de moradia, outros de comida, saúde, roupa, água, escola, acolhida, afeto, família, liberdade, emprego, alegria, paz, coragem, valorização, auto-estima, respeito, espiritualidade, fé, amor… Esta lista aumenta na medida em que se toma consciência da dor dos irmãos.
A Igreja procura a cada ano realizar uma caminhada de fé, acompanhando os seus filhos e filhas. Todos os domingos os cristãos se reúnem celebrando o mistério da paixão morte e ressurreição de Jesus, atualizado na Eucaristia. Nesta oportunidade os fiéis entram em comunhão com Cristo e saem fortalecidos para viverem o mistério da vida durante a semana.
O ano litúrgico, que é o ano da Igreja, tem início no tempo do Advento prepara para o encontro com Cristo. Esse tempo de Graça, chamado ano litúrgico, permite os romeiros e romeiras de Deus peregrinarem passando pela solenidade do Natal, tempo quaresmal, pascal, celebrando o tempo comum, as solenidades e festas da Igreja e a vida de muitas pessoas santificadas na história. O término desta viagem de fé se dá na festa de Cristo Rei celebrada no domingo da 34a semana do tempo comum. Durante o ano litúrgico os fiéis têm a oportunidade de conhecer e amar mais a Cristo. A Igreja chega ao final de mais um ano litúrgico proclamando Jesus como Rei do Universo.
O rei Jesus é diferente de todos os reis que podemos ter conhecimento. Ele é o rei que se identifica com os necessitados. “Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me” (Mt 25,35-36). São muitas as oportunidades que temos para nos encontrarmos com Cristo.
Ao longo deste ano litúrgico fomos encontrados por Cristo que viu em nós alguma necessidade e Ele quis nos levar até outras pessoas com as quais Ele estava e está profundamente identificado em suas dores, angústias e toda espécie de sofrimento. Este rei é salvador porque é capaz de dar a vida por todos. Ele é capaz de fazer empatia com as pessoas sofredoras. Não dá para olhar a imagem de Jesus crucificado e fechar os olhos para as pessoas, que estão crucificadas na sociedade, pois com elas Cristo está identificado. A nossa fé deve ser grande a ponto de também nos fazer peregrinar tendo em nós os mesmos sentimentos de Jesus (Fl 2,5). Vale lembrar que todo crucificado pode receber de Cristo a promessa da salvação. “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). Todos de alguma forma, ou outra estão no calvário crucificados ao lado de Jesus. Ele salva os crucificados.
Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo Diocesano